INTERFACES ENTRE PSICOLOGIA E RACISMO:
UM ESTUDO NETNOGRÁFICO A PARTIR DA PSICOLOGIA SOBRE A SAÚDE MENTAL DAS MULHERES NEGRAS
DOI:
https://doi.org/10.69582/2317-5869.2024.v8.21Palabras clave:
Psicología, Racismo, Mujer negra, Salud mental, NetnografíaResumen
O presente estudo tem como objetivo explorar, por meio de análise de posts no Instagram, como a psicologia tem discutido a saúde mental das mulheres negras que enfrentam discriminações raciais. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa com abordagem etnográfica, no período de julho a agosto de 2022, através do mapeamento dos conteúdos postados na respectiva rede social com o uso da #psicologiapreta, sendo analisadas 13 postagens, selecionadas de um total de 400 mapeadas. Após as análises, as publicações evidenciaram três categorias: luta antirracista, consequências psicoemocionais do racismo e autocuidado da mulher negra. A importância do posicionamento da psicologia contra o racismo, destaca o impacto do racismo nas emoções e na saúde mental das mulheres. Constatou-se que os marcadores de raça e gênero intensificam as experiências de discriminação e sofrimento psíquico. O autocuidado foi apresentado como uma ferramenta essencial para enfrentar essas vivências. As postagens também ressaltaram a necessidade de maior visibilidade para as demandas da população negra na psicologia. Conclui-se que a rede social Instagram se mostrou uma ferramenta relevante para acessar conteúdos que evidenciam as subjetividades de mulheres negras atravessadas pelo racismo, funcionando com uma ferramenta de apoio à psicologia na luta antirracista e no apoio à saúde mental de mulheres negras.
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